Proposta de poda na restinga de Navegantes ignora recomendações ambientais para recuperação da área
Poda não é recuperação da restinga: entenda o que diz a legislação ambiental
Uma proposta apresentada na Câmara de Vereadores de Navegantes, litoral de Santa Catarina, pretende realizar a poda da vegetação da praia, em uma área de restinga, classificada como Área de Preservação Permanente (APP). A medida, porém, vem gerando questionamentos de especialistas e ambientalistas, que alertam: a poda não representa a recuperação ambiental da restinga, apenas um paliativo.
Restinga: ecossistema protegido por lei
A restinga é um ecossistema costeiro de grande importância para a estabilidade da faixa de areia, abrigando uma rica biodiversidade de fauna e flora nativas. Sua vegetação protege o solo da erosão, retém a areia e serve de habitat para diversas espécies. Por isso, intervenções nesse ambiente exigem licenciamento ambiental, conforme o Código Florestal Brasileiro.
Espécies invasoras exigem manejo técnico, não apenas poda
Embora a presença de espécies invasoras na restinga de Navegantes seja um problema real, a simples poda da vegetação não resolve a questão. De acordo com especialistas em meio ambiente:
- É necessário um diagnóstico ambiental completo;
- Deve-se elaborar um plano de erradicação das espécies exóticas;
- É preciso investir na restauração da vegetação nativa da restinga;
- A fauna local deve ser protegida durante todo o processo.
Sem essas ações, a poda se torna apenas uma medida paliativa, que pode até agravar o desequilíbrio ecológico da região.