Opinião – Evandro Argenton – A Elite Branca

Estamos em pleno século 21, mas parece que ainda vivemos no século 19, pois no leque de oportunidades a serem apresentados a sociedade continuamos sendo desiguais.

A educação seria a forma de fazer com que as diferenças pudessem se tornar menores, mas é difícil alguém estudar com fome.

Sim, eu falo fome….

Alguém pode me dizer como o menino ou a menina que mora em casa com chão batido e come farinha de fubá quer ir a escola? Talvez seja melhor catar papelão e garantir o almoço.

A diferença de classes sociais empurra cada vez mais os pobres para o abismo, sem lhes dar a mesma oportunidade que tem os ricos.

Fomos o último pais a libertar as pessoas da “escravidão”, mas ainda hoje existem flagrantes de trabalhos análogos a escravidão.

A lei do Ventre livre deveria ser sinônimo de vergonha não de liberdade, afinal quem pode libertar um bebe? e ainda que cresça livre, como vai estudar se não for aceito?

A lei dos sexagenários é outra vergonha, pois hoje com toda a ciência e medicamentos que existem uma pessoas de 60 anos convive com inúmeras dificuldades na sua saúde, uma piada contada nos livros de história mostra que aos 60 anos eles tornavam um homem seria livre, era desejar que o idoso cruelmente morresse de fome.

Sempre existiu a inoperância do Estado em reconhecer a vida de todos como igual.

Por fim a Lei Áurea, que apenas concedeu a liberdade aos escravos, os quais foram privados de propriedades, andando a esmo, trabalhando por migalhas, sendo marginalizados e assassinados.

E para poder trabalhar ainda que pelo pão de cada dia, se submetiam a um massacre psicológico e físico, como se estes seres humanos fossem menores do que os demais.

É fato que até hoje não vemos quase negros nas administrações públicas e também é fato que o acesso as universidades federais ao cidadão mais pobre é blindado pelo poder aquisitivo de pessoas que nem precisam de ajuda governamental para estudar.

Pra mim filhos de ricos deveriam pagar pelo seu estudo em Universidades Particulares, e o critério de avaliação para a matricula além de boas notas deveria ser a condição financeira de cada cidadão.

Mas somos sufocados pelo imperialismo que tem cor e raça no Brasil.

Uma elite branca…

Não sei em termos percentuais os negros conseguiram se destacar em nossa sociedade, mas enfim o numero é muito desproporcional, somente aqueles mais aguerridos e dotados de uma força de vontade extrema, associado a sorte em suas investidas na vida, lograram êxito neste palco desigual.

Então enquanto no social não haver investimentos suficientes para que a educação no Brasil possa aportar em cada lar, continuaremos com uma sociedade completamente desigual, e totalmente discriminatória, onde a exclusão é sintoma de uma doença que freia o progresso no Brasil.

Me parece, que o discurso de centro desapareceu, temos uma direita capitalista, isso é muito bom, porque todo o empresário bem sucedido deve ser amparado e ajudado para prover empregos aos demais, temos uma esquerda radical, que prega um comunismo que não funciona, afinal a divisão igualitária vai gerar indivíduos preguiçosos, é preciso um ponto de equilíbrio, acredito em uma politica de centro, trabalhando nas duas esferas da sociedade, amparando o necessitado e alavancando o empresário.

É impossível admitir que no pais me mais cobra impostos no planeta terra, não haja investimentos em educação, provendo uniformes e comida, para que cidadãos pobres possam sobreviver e se aplicar com dedicação no seu futuro, hoje a desigualdade ja não é exclusiva da raça negra, pois somos um pais de mestiços oriundos de todas as partes do mundo.

Ainda falta a consciência para esta elite branca, formada por oligarquias que vem se arrastando por gerações, para entender que a riqueza vem no crescimento do todo e não apenas da sua barriga.

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Jornalista EA6559SC

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