Câmara de Navegantes discute poda da restinga e especialistas alertam para riscos ambientais
A proposta de poda da vegetação de restinga nas praias de Navegantes, em Santa Catarina, gerou debate na Câmara de Vereadores. Especialistas alertam para impactos ambientais e possíveis ilegalidades no manejo da área, considerada de preservação permanente.
Por que a poda da restinga preocupa ambientalistas?
A restinga é um ecossistema frágil que protege a faixa litorânea contra erosão, abriga fauna nativa e regula a temperatura do solo. Cortes indevidos da vegetação podem causar:
- Erosão das dunas, com avanço do mar;
- Perda de biodiversidade, ao eliminar o habitat de espécies nativas;
- Desequilíbrio ecológico, afetando o ciclo natural das plantas;
- Aumento da temperatura local, devido à retirada da cobertura vegetal;
- Infrações ambientais, por se tratar de Área de Preservação Permanente (APP).
Restinga é protegida por lei
A legislação ambiental brasileira, incluindo o Código Florestal, estabelece que a vegetação de restinga deve ser protegida e só pode ser manejada com autorização dos órgãos competentes, como o Instituto do Meio Ambiente (IMA). A poda sem essa autorização é considerada crime ambiental.
Discussão na Câmara: segurança ou preservação?
Vereadores que defendem a intervenção alegam que a vegetação compromete a segurança de pedestres em pontos da orla. Já entidades ambientais reforçam que há alternativas sustentáveis, como trilhas elevadas e sinalizações, sem a necessidade de poda agressiva.
O que pode ser feito de forma legal?
Qualquer manejo deve seguir três critérios:
- Autorização oficial do IMA;
- Estudo de impacto ambiental prévio;
- Acompanhamento técnico de biólogos ou engenheiros ambientais.
A poda da restinga não é uma medida simples e requer análise técnica, respeito às leis ambientais e debate público. Qualquer decisão deve priorizar o equilíbrio entre segurança e preservação ecológica.